sexta-feira, 12 de julho de 2019

O valor de quem pensa diferente de mim

A maioria das pessoas não gosta de conviver ou conversar com quem pensa diferente delas. Sem dúvida, é bem mais confortável. Os adolescentes até brigam com quem se opõe às suas opiniões.
Vamos analisar o assunto tecnicamente. Existem bons artigos para o leigo, em nosso blog sobre o Cérebro, falando sobre as redes que são construídas em nossa cabeça, à medida em que apreendemos, experimentamos novos ambientes, conversamos com pessoas diferentes das que conhecemos e também quando entramos em contato com NOVAS IDEIAS. Se quiserem e tiverem tempo, leiam:

Redes Neurais - Cérebro Único

Conexão de ideias no momento em que conversamos

Sua opinião

Pense na sua cabeça, na sua mente, como uma sala. Ao estabelecer os pontos de vista sobre um assunto, é como se você colocasse móveis em uma sala. Depois de colocados estes móveis (argumentos e parâmetros do assunto), você olha para a sala pronta e vai se acostumando com ela.

A opinião dos outros

Um dia, entra um visitante em sua casa, olha para a sua sala e diz:

"Sua sala tá arrumadinha, mas seu sofá tá muito velho. Não tá combinando".

Viu, você estava acostumado com a sua sala. Foi você que a arrumou. Quando nós construímos ou arrumamos alguma coisa, o nosso protagonismo está falando bem alto. Aquela coisa feita ou arrumada por nós tem a nossa personalidade.

Outros visitantes podem ter opiniões adicionais. Podem falar da posição do sofá. Existem certos aspectos que são técnicos. Se alguém te disser para colocar o sofá de lado em relação à TV, você pode argumentar com firmeza que não vai ficar assistindo a TV de pescoço virado.

Ganhos

Quanto maior a quantidade de opiniões e pontos de vista, maior será a Rede Neural desenvolvida na mente para compreender um determinado assunto. Quanto mais informação, maior será o número de relações que sua mente terá para lidar com os vários aspectos de um contexto.

Método

Mas qual é o método para lidar com opiniões diferentes ?

Em primeiro lugar, você precisa ficar calmo. A outra pessoa não vai provocar a sua morte, se tiver uma opinião contrária à sua. Você não nasceu pronto. Quanto mais jovem, maior receptividade e paciência se deverá ter com as opiniões alheias. Se não quer ouvir opiniões contrárias, tranque-se em sua casa.

Em segundo lugar, ouça o ponto de vista da outra pessoa e faça a ela perguntas. No caso do sofá velho, pergunte à pessoa se ele deveria ter mais lugares, que tipo de forro ela colocaria, a cor, etc.

Em terceiro lugar, coloque a sua nova visão, frente ao que o outro falou. Diga que vai colocar um móvel de madeira com encosto. Vá conversando, sem brigar.

Dizem que o ser humano tem dois ouvidos e apenas uma boca, portanto tenha mais disposição para ouvir do que falar.

Conclusão

Novas opiniões trazem novas visões, ajuda a desenvolver o raciocínio, e produzem pessoas com mais auto-controle, devido ao exercício necessário para se assimilar novos pontos de vista.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Princípios da Vida

Se perguntarmos a alguém qual é o Princípio da Vida, ela responderá imediatamente:

A Sobrevivência

Este resposta revela falsamente o Princípio da Vida, Ele pertence às ideias que afloram de nosso lado animal. Se seguirmos cegamente este "princípio", logo que estivermos correndo risco, vamos passar pelo mesmo princípio que tembém reside em nosso semelhante. Não podemos, portanto, nos guiar por este princípio (SOZINHO) para vivermos nosso dia a dia. Não somos como os bichos, ou pelo menos não deveríamos ser.

A perspectiva de Tempo

A sobrevivência é um princípio quando for racional, e aqui é o caso de nossa discussão. Se for puramente animal, é INSTINTO, e não Princípio. Seja como instinto ou princípio, a sobrevivência revela a dimensão do tempo Presente.

O que nos torna seres diferentes dos animais é a nossa angústia. Animais podem ter o stress do presente, quando sua sobrevivência é ameaçada, no tempo PRESENTE em que estiverem vivendo. Já o ser humano tem angústia. E por que a tem ? Pelo Princípio mais importante que governa nossas vidas:

A Incerteza


Esta é que dá sabor à nossa vida. Ela procura sondar o futuro, através da pergunta:

O que vai ser de mim (no futuro) ?

A Incerteza é uma pergunta. As perguntas apontam para o futuro. Se a incerteza fosse uma afirmação, ela seria uma CERTEZA, e não uma INCERTEZA. A perte animal da Incerteza é:

Será que vou comer hoje ?
O que vou vestir ?
Será que meu pai vai voltar do trabalho hoje ?
Será que vou morrer cedo ?

A Incerteza é que torna o homem nobre. É o que fez o homem procurar a esfera espiritual.

A Incerteza do lado animal do homem

O ser humano, quando racionaliza a sua sobrevivência, se preocupa com:

Atividade e descanso

A atividade é a própria demonstração do estar vivo. Se você ficar sentado "com a boca aberta, cheia de dentes, esperando a morte chegar (Raul Seixas)", você estará vivendo sem dignidade, sem aproveitar a vida que o Criador, o Destino, a Natureza ou Deus te deu.

E a Atividade é que vai garantir a sobrevivência do homem, através do TRABALHO.

E o Trabalho revela a preocupação (Responsabilidade) do homem com o Futuro. Só percebe que existe um Futuro o homem que é racional. Se o homem não Trabalha, sua sobrevivência racional estará ameaçada, pois não atingirá as condições para seus sustento. E quando sua sobrevivência estiver ameaçada, ele poderá cair na Sobrevivência Animal, roubando ou matando para roubar.

O Descanso revela a parte Racional da Sobrevivência. Se você não descansar, estará ameaçando a sua saúde e, portanto, sua sobrevivência física.

O Princípio do Tempo

O Terceiro Princípio da vida é o

Tempo 


O Tempo governa a nossa vida com horários. Dia e Noite, passado, presente, futuro, anos, séculos. Ele dá ao homem a sua noção de finitude. Ele lembra ao homem que a sua velhice e morte chegarão. Ele dá a noção de Sequência e Ordem, tão importantes para a nossa percepção Racional.

E no tempo está uma das subnoções mais assustadores, e que determina o princípio da Incerteza: o futuro, de cujas implicações já falamos anteriormente, sem ter falado do Futuro.

O Futuro é assustador, imponderável, imprevisível. Ele produz a angústia no ser humano. Pelo passar do tempo é que surgem nas pessoas e nas coisas os sinais de desgaste.

A idade das pessoas é um importante fator Ético e Social, que determina o lugar da pessoa no sentido da Experiência. Quanto mais idade ou anos de vida, mais Experiências, consequência da Atividade, fruto da luta pela Sobrevivência Racional.

E o Futuro, para corresponder ao Princípio da Sobrevivência, precisa ter sua base preparada pelo ...

Planejamento

Aos 25 anos de vida, em média, o centro cerebral de maior importância, o Córtex pré-frontal, atinge o seu desenvolvimento final. Ele é que dá ao homem a noção de que precisa fazer algumas previsões, de forma a preparar o seu ambiente para a sua sobrevivência. Ele é que dá ao ser humano a noção de consequência. Algumas drogas conseguem bloquear a sua atividade, e o indivíduo pode cometer desatinos que terão consequências sérias para o futuro. Tudo coerente com o que falamos sobre Futuro.

A Ética e a Moral que são ensinadas às crianças, e que alguns julgam desnecessárias, principalmente na adolescência, são metáforas de regras básicas para impedir um futuro ruim.

Por exemplo, os páis dizem à menina para não andar na rua com roupas muito curtas. Por quê ? Porque um rapaz ou homem adulto pode ter o seu desejo sexual despertado e atacá-la. O que isto demonstra ? Noção de consequência, em função do conhecimento do comportamento do homem.

Outro exemplo. As pessoas sabem que não é prudente andar com dinheiro à mostra. Por que ? Porque o dinheiro facilita a sobrevivência, pois pode comprar aquilo que garante a sobrevivência física da pessoa. Então, pensando que pode ficar sem dinheiro, no futuro, as pessoas tomam cuidado para não despertar a cobiça dos outros seres humanos.

O Instinto da Sobrevivência da espécie

Quando citamos o primeiro exemplo, da garota à qual os pais dizem para não sair com roupas curtas, nos referimos ao desejo sexual. O que quer dizer este desejo sexual.

Está impresso no Princípio da Sobrevivência não racional, a regra de Preservação da Espécie. Esta regra pertence à sobrevivência da Natureza, que está acima de nós. O desejo sexual, explicado em termos de hormônios, é impossível de ser explicado racionalmente. Ele pertence ao instinto puramente animal de sobrevivência.

Conclusão

Os três princípios que governam a vida do ser humano são:

  • Sobrevivência Racional;
  • Incerteza;
  • Tempo.